Esse chão que aguenta o peso do meu corpo, mas a minha alma que não fica aqui. Quarto.

Marilane Abreu
Marilane Abreu


Marilane Abreu
SOM

Marilane Abreu
Felipe Pitzer
INFÂNCIA DISTANTE
A infância não me é distante. Há poucos anos, eu ainda corria descalço, subia em árvores e ralava os joelhos. Sorria, chorava, tinha medo do escuro. Às vezes, parece que tudo foi um filme ou um teatro. E se foi um teatro, talvez a peça tenha acabado antes da hora, e as cortinas tenham se fechado muito depressa, quando meu papel de ser criança, começava a fazer sentido.
Sammir Villas-Boas
THE HOTEL, ROOM 47
Sophie Calle, 1981
A artista francesa Sophie Calle desenvolveu uma forma muito particular de trabalho: coletando informações sobre pessoas que estão ausentes e investigando suas vidas, como uma detetive. Em 1981, ela foi contratada como camareira de um hotel em Veneza por três semanas. Durante as atividades de limpeza e arrumação dos quartos, observava informações pessoais dos hóspedes a partir dos pertences deixados nos quartos.
Conforme as fotografias ao lado, Calle observa que, pelos chinelos deixados, os ocupantes-ausentes do quarto 47 são uma família de quatro pessoas, sendo dois filhos. Já pelo passaporte, a artista nota que se tratam de suíços oriundos da cidade de Genebra. Ao copiar a mensagem de um dos cartões-postais, ela também percebe a existência de problemas de relacionamento naquela família.
Felipe Pitzer
Sophie Calle/Acervo: Tate Modern